Deficiência Intelectual ou atraso mental é um termo que se usa quando uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal, relacionamento social, habilidades acadêmicas, etc. Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas. As crianças com atraso cognitivo podem precisar de mais tempo para aprender a falar, a caminhar e a aprender as competências necessárias para cuidar de si, tal como vestir-se ou comer com autonomia. É natural que enfrentem dificuldades na escola. No entanto aprenderão, mas necessitarão de mais tempo. É possível que algumas crianças não consigam aprender algumas coisas como qualquer pessoa que também não consegue aprender tudo. O nível de desenvolvimento a ser alcançado pelo indivíduo irá depender não só do grau de comprometimento da Deficiência Mental, mas também da sua história de vida, particularmente, do apoio familiar e das oportunidades vivificadas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em sua classificação desde 1976, as pessoas deficientes eram classificadas como portadoras de Deficiência Mental leve, moderada, severa e profunda. Essa classificação por graus de deficiência deixava claro que as pessoas não são afetadas da mesma forma, contudo, atualmente, tende-se a não enquadrar previamente a pessoa com Deficiência Mental em uma categoria baseada em generalizações de comportamentos esperados para a faixa etária. Segundo COLL, MARCHESI, PALACIOS & COLS (2004), costuma-se dividir a etiologia da deficiência em duas grandes categorias: a deficiência de origem biológica e a de origem ambiental, psicossocial. Também havia a distinção clássica entre causas, antes, em torno ou depois do nascimento, contudo, são distinções que não correspondem plenamente aos casos reais. Estudos epidemiológicos revelam que mais da metade dos casos se devem a mais de um fator. O atraso no desenvolvimento das pessoas com Deficiência Intelectual pode se dar em nível neuro-psicomotor, quando então a criança demora em firmar a cabeça, sentar, andar, falar. Pode ainda dar-se em nível de aprendizado com notável dificuldade de compreensão de normas e ordens, dificuldade no aprendizado escolar. Mas, é preciso que haja vários sinais para que se suspeite de Deficiência Intelectual e, de modo geral, um único aspecto não pode ser considerado indicativo de qualquer deficiência.
Considerando que a criança com Deficiência Intelectual apresenta dificuldades em assimilar conteúdos abstratos, faz-se necessário a utilização de material pedagógico concreto, e de estratégias metodológicas práticas para que esse aluno desenvolva suas habilidades cognitivas e para facilitar a construção do conhecimento. Os jogos e brincadeiras são estratégias metodológicas, pois eles proporcionam a aprendizagem através de materiais concretos e de atividades práticas, onde a criança cria, reflete, analisa e interage com seus colegas e com o professor. Os jogos desenvolvem o cognitivo, afetivo, social, linguístico e físico- motor das crianças.
COOL, MARCHESI,PALACIOS & COLS (2004) ressaltam que, o traço mais visível nessas pessoas é a rigidez comportamental. Os sujeitos com deficiência são capazes de estar e de persistir muito mais tempo que outras em uma determinada tarefa, por mais repetitiva que seja. Os familiares e os profissionais que trabalham com eles sabem disso: costuma-se dizer, e com razão, que eles gostam da repetição, da rotina. A novidade deve ser introduzida em doses razoáveis, que possam ser aceitas por um indivíduo concreto sem perturbar seu equilíbrio emocional.
O trabalho do professor de AEE voltado para o aluno com deficiência intelectual se caracteriza essencialmente pela realização de ações específicas sobre o mecanismo de aprendizagem e desenvolvimento desses alunos. O AEE se realiza essencialmente na sala de recursos multifuncionais.
Portanto para desenvolver o AEE, é imprescindível que o professor conheça seu aluno e suas particularidades para além da sua além da sua condição cognitiva. O trabalho do professor do AEE é ajudar o aluno com deficiência intelectual a atuar no ambiente escolar e fora dele, considerando as suas especificidades cognitivas. Especificidades que dizem respeito principalmente à relação que ele estabelece com o conhecimento que promove sua autonomia intelectual.